A estrada de quem vê passar

 

A Estrada de quem vê passar

 

Três vidas, seis rodas, uma ébria alegria

Ao longe um bicho que pia

De repente uma canção

Achei que era impressão

Quando se escuta o vento falando consigo

Se pensa que é normal ouvir o grilo

Mas para quem ouve o bicho gente

Escutar a natureza, é fácil, oxente!

 

Falando dessa escuta

O que me parece biruta?

A fala do grilo

Se parece meu grito

Repetente que só ele só

Pede socorro a Janaína que dá é dó,

Vestida em sua verdaria

Se diverte com nossa agonia

 

Grilo diz cri, cri, cri

Eu digo salve-nos, salve-nos, salve-nos

Ela diz tempo, tempo, tempo

E a voz do grilo se esvai com o vento

Não tenho esse talento

Continuo aqui com meu tormento

É alto o morro de Janaina

Então percebo a adrenalina

Que gira nas minhas pernas

E me volto para aquela baderna

 

Escuto o riso fácil

Contemplo à frente um caminho volátil

De uma beleza infame que não se importa em transbordar

Na linha do horizonte ela está a me observar

Apontando o que de fato deve importar

O aqui e o agora nos devem embriagar

E o tempo haverá de salvar o que tiver de ficar

 

 

 

 


Comentários

  1. Gente, eu audaciosamente chamei de poesia, mas é só o derramamento de sensações

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    1. Dê, achei muito boa. Janaína soprando ensinamentos em forma de poema.

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  2. Eu gosto é de gente ousada rsrs

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)