A luz que cega
O bicho rodopiava igual pião,
Batia nas paredes e ia rumo à luz
Levantava-se e voltava ao chão
Augusto Branco já avisava, nem todo ouro reluz
Em torno de si mesmo rodava
Na parede se esbarrava
Seguia a luz
E nela, cada vez mais cegava
O vento de longe lhe avisava
Teu rumo é aqui fora
O mato chocalhava e bradava
Vai acabar embaixo de uma bota
Cego pela lâmpada
Rodava em torno de si
Girava em sua cegueira branca
Lá se vai um monte de besouro a se rir
Pobre besouro triste
Aquela era sua luz
Disse com o dedo em riste
Sem saber que abraçava sua cruz
Pobre besouro cego
Olhava a lâmpada crendo ser o sol
E por causa de seu ego
Perdeu o canto do rouxinol
Quantas vezes a gente não é esse besouro....por sorte, muita, andamos com outros besouros que nos acodem.
ResponderExcluirSorte lotérica, não se acha com frequência...
ResponderExcluirCada besouro segue a luz q lhe convém, tolo, enganado ou por escolha...
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