Topografia da volúpia
Ah, que mãos afoitas... Quanta pressa! Uma urgência desatinada, sangria desatada, desejo. Desejo. A superfície da pele elétrica, arrepiada, dada ao toque das mãos afoitas. Desejo. E essa boca buscando tudo? E essa coisa ardendo fundo, queimando dentro. Desejo. Ah, que mãos afoitas... E essa língua rompendo os céus? Esse respirar no ouvido, esse gemido, assim tão perto do pescoço? Se alcança a nuca... Se transpassa os pudores, se encontra a alma, se tira os véus. Ah, que mãos delirantes nesse sexo intumescido... Sôfregas e desejantes mãos. E essa voracidade, essa avidez dos sentidos alertas, essa completa ausência de razão! Ah, crueza libidinosa... E esse encaixe de quadril, esse movimento sincrônico, essa excitação transbordando. Desejo. A língua aí, essa puxada, essa tensão alucinada. Tesão. Pela extensão do corpo, teso, desejo. Ah, essas mãos firmes, certas, afoitas... Ah, esse grito escapulido no gozo do coito! Lascivo, lúbrico, luxurioso ensejo. Desse jeito, desejo.
Eita, tia! Coisa mais animada essa!!! Muito bom!
ResponderExcluirmenina que delícia ler esse texto aos 46!
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