Plágio
I
Uma poesia pode ter introdução explicativa?
A quem pertencem as palavras?
A quem as diz?
A quem as ouve?
A quem assina após grafá-las?
Aos que as juntaram em um certo ritmo?
Se eu fizer uma casa com os tijolos alheios, ela me pertencerá?
Será ilegal roubar frases?
Será o castigo o silêncio?
II
E agora, José?
E as palavras na folha de papel
“Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
Basta-me um pequeno gesto,
mas problemas não se resolvem,
Quero antes o lirismo dos loucos
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos
Que não seja imortal, posto que é chama
quero escrever as coisas mais vadias
Não permita Deus que eu morra
Eu sou a que na vida não tem norte
Entendo que sou terra
Ajuntando novas pedras.
Tome, Dr., essa tesoura, e corte...
Ao povo seu poema aqui devolvo
III
Drummond, João Cabral, Bilac, Quintana
Cecília, Leminski, Bandeira, Manoel, Vinícius, Caio
Dias, Florbela, Hilda, Cora
Augusto e Goulart:
Perdoem-me a ousadia
Atei-os pelas palavras
A poesia de vocês, agora é minha?
A fotografia é do Jefferson :)
ResponderExcluirTia, genial! Adorei o poema e a foto!
ResponderExcluirAh se todo plágio fosse assim...amei, Ritinha
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