Presos em si



Lá fora o mundo explode

O universo estica

Aqui dentro a pequenez das ideias

Minhas e alheias

 

Essa impossibilidade de transcender a si mesma

O inferno e o paraíso

Os pássaros podem voar, mas fazem ninhos

Presos na rotina de seus próprios limites

 

A consciência dá cor a tudo

Embeleza os acinzentados

Enfeia os desbotados

Ainda não tenho certeza se ter consciência é uma vantagem evolutiva

 

Volto aos pássaros

São superestimados e pagam o preço por isso

Gaiolas fartas de comida

Solidão musicada

 

Eu nunca sonhei ser passarinho

O céu também cansa

Aquele azul intenso nem sempre abraça

Sua imensidão pode esmagar

Nós, os pardais, os lagartos, os mínimos insetos

Todos seres engessados no próprio interior

O que nos parece infinito é, somente, o finito agigantado pela nossa insignificância

 

Felizes os insignificantes inconscientes.

Comentários

  1. traduz o meu último fim de semana

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  2. Estamos presas em nós. Isso me parece incontestável. Procuremos as janelas!

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  3. o não saber e não desconfiar é uma alívio? Tantas vezes, sim.

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  4. o não saber e não desconfiar é uma alívio? Tantas vezes, sim.

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  5. Sim, tia. O saber é superestimado.

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)