Presos em si
Lá fora o mundo explode
O universo estica
Aqui dentro a pequenez das ideias
Minhas e alheias
Essa impossibilidade de transcender a si mesma
O inferno e o paraíso
Os pássaros podem voar, mas fazem ninhos
Presos na rotina de seus próprios limites
A consciência dá cor a tudo
Embeleza os acinzentados
Enfeia os desbotados
Ainda não tenho certeza se ter consciência é uma vantagem
evolutiva
Volto aos pássaros
São superestimados e pagam o preço por isso
Gaiolas fartas de comida
Solidão musicada
Eu nunca sonhei ser passarinho
O céu também cansa
Aquele azul intenso nem sempre abraça
Sua imensidão pode esmagar
Nós, os pardais, os lagartos, os mínimos insetos
Todos seres engessados no próprio interior
O que nos parece infinito é, somente, o finito agigantado
pela nossa insignificância
Felizes os insignificantes inconscientes.
traduz o meu último fim de semana
ResponderExcluirEstamos presas em nós. Isso me parece incontestável. Procuremos as janelas!
ResponderExcluiro não saber e não desconfiar é uma alívio? Tantas vezes, sim.
ResponderExcluiro não saber e não desconfiar é uma alívio? Tantas vezes, sim.
ResponderExcluirSim, tia. O saber é superestimado.
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