Os densos flutuantes


 

Sentir recrudescer antigas ganas,

deixar-se viver até o avesso das coisas,

chegar aos âmagos de tudo, sem titubear.

Selar com cuspe os destinos rasos,

querer ser de maneira irrefreável,

andar e voar e ganir e deixar ir.

Descobrir o cerne de si e desabrigar-se.

Desnudar-se sem pudor,

deslindar-se sem receio,

abrir-se ao meio, por inteiro.

Soltar-se, fragmentos no espaço.

Saber o iceberg que é a liberdade,

a dura montanha escalável, a seu preço.

E imiscuir-se por aí a desejar, o não sabido,

o silente desconhecido.

Comentários

  1. Amei essa liberdade iceberg! É tão isso...uma ponta linda e que esconde mais do que mostra.

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  2. Esse texto me causou a mesma sensação que a música Sonho de Ícaro me faz sentir - ainda que rápido, um sentimento forte de liberdade, um voo que me faz regozijar.

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    1. Há anos não ouvia essa música! Q bela lembrança...

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    2. Fui até procurar no YouTube. Depois da aula ouvirei com calma. Uma letra bonita!

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  3. Sim, por muito tempo ela me foi um sopro de força. Eu me apegava às "asas de ilusão" e seguia sonhando. E hoje Rapha a trouxe de volta com muita força a partir desse texto. Obrigada, Rapha.

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