In loco

 


 

O estado antes das coisas, dos nomes, dos sons

O oblíquo de tudo, o amorfo, o que ainda é nada

Nem ideia, nem centelha

Coisa que luz nenhuma clareia.

Daí tirar o ar, o conteúdo para os vazios

Os próprios vazios sem contornos,

A sede, a fome, a provisão.

O estado antes de tudo, os princípios infinitos e lúbricos

Antes, muito antes, antes ainda...

Onde tudo é possibilidade, inexistência e sedição.

Onde o libérrimo ancora seu barco nas nuvens.

Onde o sono espreita, sem compaixão.

 

Comentários

  1. Eita que essa moça tá com as palavras afiadas.

    ResponderExcluir
  2. Fico pensando nesse lugar (não lugar). O antes de tudo e o depois de tudo são a mesma coisa?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não, porém, se pensar dialeticamente...
      Mas, no meu entender são distinções.

      Excluir
    2. Não, porém, se pensar dialeticamente...
      Mas, no meu entender são distinções.

      Excluir
    3. Vou ruminar essa ideia aqui

      Excluir

Postar um comentário

(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)