Designação
Sim, estávamos descontraídos e leves. O riso nos escapava espontâneo e com tanta facilidade que nos encantava ainda mais. Sim, andávamos distraídos da vida.
Um pedaço de chocolate, um beijo de olhos fechados.
Ficamos desatentos de tudo o que não fosse aquele momento.
A liberdade nos abundava de maneira visceral, ofuscava nosso medo, nublava a insegurança e nos fazia intensamente vivos, embora exaustos do dia.
Você me faz entender Picasso.
Rimos, sabíamos a verdade.
A melancolia da fase azul ou a paixão da rosa? Não, o estado de guerra de Guernica!
Nos provocamos com os olhos e as mãos.
Fomos pra cama.
Pernas, bocas, encaixes. A noite povoada de êxtases e urgências. Sua cabeça deitada em meu peito, minha mão em seus cabelos, o apaziguamento lasso.
Aquelas pinturas em que cada olho olha pra um lado, você me faz entender...
Calamos, era demasiado entender Picasso.
Desde então nos matamos, não a sangue frio, porque o fogo nos consome. Morremos ensanguentados e seguimos esbaforidos, fênix do desejo sem culpa, sem tempo, agora.
Sim, estávamos descontraídos e leves, sempre. O riso espontâneo, os olhos brilhando, as provocações, porque nosso coração é essa chaga aberta, donde o amor escorre tranquilo e sem pressa, enquanto bebemos um vinho e entendemos Picasso.
Eita cara, frenesi delicioso
ResponderExcluirQue imagem fantástica um amor que faz entender o que é mais que palavras. Amei, Rapha!
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