Soneto CLXXXVII
Silenciava mais do que dizia
e de silêncio em silêncio, compunha-se.
Olhava a complexidade das coisas
e só via a poesia, encantava-se.
Cantava mais do que sabia
e a música repercutia em seu corpo, dançava.
As asas, ainda que meio amarradas,
abriam-se extensas sobre o nada, voava.
Tudo era um seguir, prosseguido e belo.
Desde o tímido do sorriso até o intenso da madrugada,
tudo era a mesma, serena e antiga, revoada.
Calava mais do que devia.
Pensava-se sonata, disseram-lhe sinfonia.
No fundo, urdiam-se uma suíte inacabada.
Eu achei tão lindo, mas tão lindo... Ver poesia na complexidade, saber-se suíte inacabada é uma coisa tão grandiosa.
ResponderExcluirEu amei tanto. Que li e reli e reli. Foi uma dança.
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