À espera do imprevisível

 


Um café depois do almoço, mais forte e com um pedaço de chocolate, é um gozo inexplicável, mas não pode ser com pressa.

Não gosto de gozar correndo.

O barulhinho sutil das bolhas estourando, quando se abre uma garrafa de água com gás, também é um gozo. Abro aos poucos, para prolongar ao máximo esse prazer. Depois elas ainda dançam na boca, ah, a segunda rodada!

Outro dia, dividi jabuticabas do quintal com o cachorro, gozamos juntos. Ele tampouco gosta de gozar correndo, eu sei.

Ainda ontem briguei com um personagem, hoje espero a reconciliação, uma epifania.

Tão desastroso quanto gozar correndo é a expectativa do gozo.

Espero...

Mas que tormento.

Comentários

  1. Esse teu escrito é uma certa prece ao tempo. A sentir o tempo a conta-gotas (conta-segundos?)para não ter que reduzir o gozo a contas.

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  2. Lembrei de uma coisa muito específica da minha infância, eu tomava yakut com um furinho de palito de dente pra ele durar muito. Ele é pequeno e acaba rápido, era um gozo ligeiro demais. Amo yakut, amo gozos longos.

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  3. Melhor q o texto, são os comentários rsrs

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)