Uma nesga de sol

 


A nesga de sol atravessando a cidade

Impingindo luz e calor aos contemplados

Deixando com inveja os não agraciados

Insistindo contra toda probabilidade.

 

O jeito abrupto com que se espalha a claridade

Inundando os cerrados espaços

Infiltrando no âmago dos descasos

Reverberando com despudor toda desigualdade.

 

A urbanidade revigorada se inquieta

Dias molhados e sem esteio

Noites saindo de esgueio

 

Essa mina de extinto veio

Esse insular anseio

O mundo se reinaugura sob a nesga discreta.

 

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