Tempo
Tempo, tempo, tempo
O que queres me dizer com o vento?
Por que trazes tanta dor no lento?
E das alegrias por que as leva embora rápido como
pensamento?
Tempo, tempo, tempo
Quem pensa que és para a mim ordenar?
As coisas passam sem que eu possa acarinhar?
Tu não permites sequer que eu possa te acompanhar
Tempo, tempo, tempo
Por que insiste que devo morrer?
Não vês que não vou fazer o teu querer?
Insistes que sou tua, mas não te fazes merecer
Tempo, tempo, tempo
Eu te vejo e faz tempo que estás a me aporrinhar
Num dia não tenho o que abocanhar e tu estás a sobrar
No outro tenho sobras na mesa e tu não me deixas parar
Tempo, tempo, tempo
Sou eu que te tenho, não vês?
Nesse tempo todo não engulo teus clichês
Tempo é dinheiro por quê?
Tempo, tempo, tempo
Nem dinheiro nem ouro
És um menino tolo
Que usa a coruja para avisar de mal agouro
Tempo, tempo, tempo
Colocado numa caixinha
Quebrado em faixinhas
Por isso nos persegue só de rinha
Tempo, tempo, tempo
Não precisava ser tão mesquinho
Se visse meu carinho
Pela vida que passa em cada minutinho
Um diálogo poético com o tempo, nosso senhor, nosso carrasco.
ResponderExcluirA gente, é a gente q se bate tanto com ele... deixemo-lo, não nos ocupemos tanto, desfrutemos, apenas.
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