Começos

DEZ, NOVE, OITO

SETE, SEIS, CINCO

QUATRO, TRÊS, DOIS,

FELIZ ANO NOVO!

Os fogos sem beleza

O desespero dos animais

O estouro da bebida

O brinde

Os abraços

Os desejos de um ano melhor

Nada começa

Todos sabem

Alguns dizem

Mas é indiferente

O poeta vaticinou que fatiar o tempo foi uma genialidade

Concordo com ele

Em fatias é mais fácil digerir o tempo

Embora o tempo só exista porque foi fatiado

Os físicos que me perdoem a franqueza:

O tempo é um nome bonito para o nada

O tecido do universo estendido no vazio

Era insuportável

Transmutamos o nada em tudo

Invisível e onipresente

O tempo não é

Por isso começa e termina sem parar

Nós, criadores tomados pela nossa mais fantástica criatura

Veneramos nossa vontade de mudar

Atribuindo a ela datas limites

Começos e chegadas

VIVA O ANO NOVO! VIVA O NADA DE NOVO!


Comentários

  1. E o tempo que olha nossa ilusão de ver o calendário mudar de número. Deve ser divertido pra ele.

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    1. Ilusões às vezes são necessárias, né? Se divertidas, melhor ainda.

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  2. Respostas
    1. Vinho, eu gosto doce,mas pensamento combina com tempero ácido 😆

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)