Quando o silêncio fala, eu ouço
Estou só.
Descubro a enormidade do silêncio. Embeveço-me.
Posso ouvir a alegria e ela não emite nenhum som, é possível até que não esteja ali. Mas eu sei que está. Eu sei.
Fico inerte, parada no silêncio, com medo de me mexer e ele sumir. Deve ser assim quando a crianças corre na areia e para diante do mar, imóvel, sentindo as gotículas da maresia próxima, querendo tudo capturar.
Eu sou essa criança diante do mar.
(Faz calor, meu bem, e a alegria também mergulha nas ondas, finca os pés nessa areia molhada, fugidia e vertiginosa.)
Estou só.
Ouço o silêncio, fecho os olhos, ouço o mar.
(Vamos mergulhar, meu bem?)
Paro, embevecida, diante de um mar ausente.
"A alegria não emite som"... Vou guardar na minha caixa de frases que enchem o peito.
ResponderExcluirOuvir o silêncio. Algo tão frutífero de segredos e sons reais fora da realidade.
ResponderExcluir