Soneto do indizível ser

 

Atrelado à tarde, avança o pensamento

Desejoso da noite, a noite e seu silêncio sibilante

A noite e seu escuro brilhante

A noite e meu esmorecimento

 

Atrelado ao relógio, desliza o entendimento

Sedento de tempo, o tempo em suas horas

O tempo sem escoras

O tempo e meu escoamento.

 

Atrelado à correria, dissipa-se o dia

O dia que não se viu

O dia que se extinguiu

 

Sem nada atrelado, abarca-se a liberdade

Nesse respirar fundo que escapuliu

No ser avassalador que não se eximiu.

 

Comentários

  1. Putz! Que massa. Gostei muito.

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  2. Nossa! Tem tanto do que estou sentindo e não consigo dizer. Fantástico!

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)