Em noites frias as penas se eriçam

 


“É preciso o peso da mão largada n’alguma reentrância e essa pouca luz flutuante”.

Repetia informações nas quais já não cria.

As mesmas receitas erradas, o mesmo vazio, porém,

o caos povoado e vibrante como um neon riscando a noite

Acalmava.

Fugia para a espera do nada. Sabia. Ficava.

Em algum lugar alguém dançava.

Em lugar nenhum se cantava, contudo

a melodia invadia a respiração.

Ressonava.

“É possível atrasar dez minutos ou finitos anos e chegar sem atraso”.

Explicava o absurdo com absoluta clareza.

Acomodava-o, acomodava-se, puxava o cobertor, todavia

o calor insurgia-se e, calmamente

tremia.

Comentários

  1. Em algum lugar alguém dança... Vou pensar nisso quando o absurdo vier sem nem um conforto ou sutileza.

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  2. Amei a do atraso, inclusive... Achei que pode acontecer de ser muitíssimo correta

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(Saber o que o outro pensa, faz diferença...)