Nas espirais do ser

 


Despenteou-me o cabelo, o vento.

Estava impossível!

Soprou folhas, zuniu, levantou saias.

Gostei

(é bom quando alguma coisa vibrante lhe bagunça os cabelos.)

Confundiu-me as certezas, esse vento.

Deixou-me inquieta, lasciva, imponderada.

Gemeu em meu ouvido, o tal vento.

Essa coisa arisca que agora se agita em mim,

esse cabelo assanhado,

esse cheiro selvagem de liberdade...

um vento, a desalinhar a ordem mesma das coisas...

A efêmera excitação de um redemoinho íntimo desperto.

Confluiu-me imensamente, o vento.

Comentários

  1. Que vento safado e bom!
    Que algo sempre venha a nós agitar e lembrar da imensidão da liberdade.
    (Que foto linda, hein?!)

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