Nesse agosto

 

Como uma incessante buzina, insistente

O barulho atordoante e contínuo,

Assim me parece isso.

Essa loucura a qual se acostuma.

 

Não preste atenção.

Não ouça.

Não.  

 

Nem é no flanco que me dói o golpe.

Não é na ausência.

É antes, e sobretudo, nessa presença,

constante e entrincheirada em mim.

 

 

Nesse jeito de coar o café, e fazer disso um abrigo.

Nessa impaciência prática, um tanto resoluta.

Nesse amor sem mesuras, atravessado a seu modo.

 

Soube que os ventos de agosto vêm mais ardilosos

E levarão tudo o que há de bruto e insidioso.

Pode ser que se amplifique a buzina...

Pode ser que não.

 

Preste mais atenção

Ouça, meu coração.

 

Comentários

  1. Eu torço pelos bons ventos, tia. Que venham e levem o que dói.

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